" O lago ficou algum tempo quieto. Por fim, disse:
- Eu choro por Narciso, mas jamais havia percebido que Narciso era belo. Choro por Narciso porque, todas as vezes que ele se deitava sobre minhas margens eu podia ver, no fundo dos seus olhos, minha própria beleza reflectida"
Oscar Wilde
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Friday, July 29, 2005
Tuesday, July 26, 2005
Eclipse
Hoje, enquanto lia as minhas notícias astronómicas, descobri que dia 3 de Outubro vai haver um eclipse do Sol anelar! Para quem não sabe , o eclipse anelar é um eclipse, que que a lua atravessa completamente o sol nunca chegando a tapá-lo por completo parecendo sempre mais pequena (!). Para quem vive no norte de Portugal, especialmente em Trás-os-montes, o eclipse é total, para quem vive em Lisboa, vai ser só parcial. Contudo, se puderem não deixem de ver. Os eclipses são fenómenos magníficos e a oportunidade de vê-los, ás vezes, pode ser única na nossa vida inteira. Isso basta para torná-los desejados e misteriosos. Só espero que , aqui de Lisboa se tenha uma visão ainda bastante grande de que é um eclipse anelar,pois de todos os tipos de eclipse este foi o único que ainda não vi, nem que fosse on-line na internet...
Monday, July 25, 2005
Escandinávia
Agora que estou de férias, e que paro à minha janela sem nada que estudar, e que parece que detenho todo o tempo nas minhas mãos, não deixo de pensar nas viagens que gostava de fazer, na minha enorme vontade de conhecer a Dinamarca e os outros países nórdicos. Apesar de ter a praia tão perto, é o frio daqueles países que me atrai, os fiordes, o gelo, a própria paisagem natural tão gelada. Nunca soube muito bem o que me faz gostar tanto destes povos. É algo de incompreensivel que me faz sempre fluir para eles e gostar da sua cultura e tradições. Bem sei que nunca conheci nórdicos, nem nunca fui á Escandinávia. Mas existem gostos que nascem conncosco e coisas que nos atraiem de modo tão primitivo que nunca conseguimos explicar.
Sunday, July 24, 2005
Mudanças
Ás vezes, tudo muda. Um pormenor, um dia mais longo, o aroma certo. Achámos durante tanto tempo que o Mundo era infinito, e no entanto é o nosso dia-a-dia que não tem fim, inexplicavelmente rodeado de cores se soubermos olhá-las. Achámos que tudo sempre esteve tão longe, e de repente vemos que tudo esteve sempre perto, nós é que estivemos sempre distantes. Ás vezes, tudo muda. Num segundo, o relâmpago atinge-nos e toda aquela névoa incerta em que adormecemos todas as noites se transforma num céu estrelado.
Monday, July 18, 2005
Verão
Verão sempre me soube
a maçãs,
a destinos por viver,
a uma súbita alegria
naqueles dias em
que tudo é perfeito
e nos deitamos na
areia, a ouvir somente
os nossos pensamentos.
Verão sabe-me a leite
fresco, acabado de engolir
à janela da cozinha, onde
entra o bafo quente da
manhã, e onde saem, pelos
meus olhos
as imagens do sonho
que tive de noite,
quando adormeci nos
lençóis brancos e leves
do meu quarto solitário,
onde as persianas estão
corridas, e tudo cheira
a nostalgia.
Lúcia- 2003
a maçãs,
a destinos por viver,
a uma súbita alegria
naqueles dias em
que tudo é perfeito
e nos deitamos na
areia, a ouvir somente
os nossos pensamentos.
Verão sabe-me a leite
fresco, acabado de engolir
à janela da cozinha, onde
entra o bafo quente da
manhã, e onde saem, pelos
meus olhos
as imagens do sonho
que tive de noite,
quando adormeci nos
lençóis brancos e leves
do meu quarto solitário,
onde as persianas estão
corridas, e tudo cheira
a nostalgia.
Lúcia- 2003
Thursday, July 14, 2005
Charadas
Os Relógios Loucos de Carroll :
"Qual dos relógios regista o tempo mais fielmente? Um que se atrasa um minuto por dia ou um que não funciona?"
"Qual dos relógios regista o tempo mais fielmente? Um que se atrasa um minuto por dia ou um que não funciona?"
Sunday, July 10, 2005
Nevoeiro
Hoje fui à praia de manhã. Em vez de um dia solarento, com o céu azul e o cheiro a Verão, fui recebida com um espesso nevoeiro que me molhou os cabelos. Talvez este não seja o melhor dia de Verão, mas o cenário fantasmagórico da praia assim não deixa de ser cativante. É como se tivesse vontade de descobrir todos os segredos que estão escondidos, encontar todas as coisas que são proibidas.... O nevoeiro torna tudo incerto, cada passo um imprevisto.
"Espero sempre por ti, o dia inteiro,
quando na praia sobe, de cinza e oiro,
o nevoiero
E háem todas as coisas o agoiro
de uma fantástica vinda "
Sophia de Mello Breyner Andersen
"Espero sempre por ti, o dia inteiro,
quando na praia sobe, de cinza e oiro,
o nevoiero
E háem todas as coisas o agoiro
de uma fantástica vinda "
Sophia de Mello Breyner Andersen
Friday, July 08, 2005
Neville Longbottom
O tão anunciado livro de Harry Potter está quase, quase aí... Um bom momento para saciar a curiosidade que me cercou quando acabei a última página do quinto livro.
No ínicio, detestei toda a história e, ainda hoje acho o primeiro livro o pior de todos... Mas depois, aos poucos, entrei naquele mundo paralelo ao nosso, e compreendi que o enredo é muito mais complexo do que parece. Não tanto pelas histórias cruzadas dos vários personagens nos vários livros, mas pela complexidade de conceitos sobre "quem é o bom e quem é o mau". O quinto livro em particular mostra-nos as pessoas na sua essência com defeitos e qualidades. O heroi dexa de o ser, pois não existem pessoas perfeitas. Além disso, como se vê ,o próprio Mundo molda as pessoas e acaba por ter a influência decissiva em muitos casos.
Harry Potter nunca foi a minha personagem favorita. É demasiado arrogante e convencido, bastante cego quando perde a calma, e tem uma particular vontade de salvar todos para poder ser o heroi. Ao invés dele, sempre gostei do Neville Longbottom, uma personagem que quase passa discreta ( em alguns livros quase que nem damos pela sua presença), não fosse o seu azar, as suas distrações, o seu nervosismo sempre que vê o Snape e a sua capacidade de se atrapalhar na situação mais normal. E eis que no quinto livro, esta personagem, sempre tão inoportuna toma um relevo especial. Será que a minha personagem, afinal é muito mais importante do que se pensou? O sexto livro deve responder.
No ínicio, detestei toda a história e, ainda hoje acho o primeiro livro o pior de todos... Mas depois, aos poucos, entrei naquele mundo paralelo ao nosso, e compreendi que o enredo é muito mais complexo do que parece. Não tanto pelas histórias cruzadas dos vários personagens nos vários livros, mas pela complexidade de conceitos sobre "quem é o bom e quem é o mau". O quinto livro em particular mostra-nos as pessoas na sua essência com defeitos e qualidades. O heroi dexa de o ser, pois não existem pessoas perfeitas. Além disso, como se vê ,o próprio Mundo molda as pessoas e acaba por ter a influência decissiva em muitos casos.
Harry Potter nunca foi a minha personagem favorita. É demasiado arrogante e convencido, bastante cego quando perde a calma, e tem uma particular vontade de salvar todos para poder ser o heroi. Ao invés dele, sempre gostei do Neville Longbottom, uma personagem que quase passa discreta ( em alguns livros quase que nem damos pela sua presença), não fosse o seu azar, as suas distrações, o seu nervosismo sempre que vê o Snape e a sua capacidade de se atrapalhar na situação mais normal. E eis que no quinto livro, esta personagem, sempre tão inoportuna toma um relevo especial. Será que a minha personagem, afinal é muito mais importante do que se pensou? O sexto livro deve responder.
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