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Saturday, September 24, 2005

Cenário surrealista

No outro dia, vinha eu no autocarro a olhar pela janela, quando cheguei à estação do metro da Amadora e qual não é o meu espanto, vejo um rebanho de ovelhas a comer a relva do jardim onde está a estação e onde param os autocarros. Por momentos achei mesmo que estava a sonhar e ainda esfreguei os olhos para tentar não duvidar de mim mesma...

Tuesday, September 20, 2005

Caloiros

Hoje fui praxar os caloiros naquele que foi o seu primeiro dia no Técnico. É em alturas destas que vejo como o tempo galopa. Há cincos anos atrás era eu a caloira, a olhar para todos os cantos e com todos os cantos a devolverem-me a incerteza e o odor das coisas que não nos dizem nada. Hoje, quando lá estou tenho a noção de que apenas o espaço é o mesmo( e quando digo espaço refiro-me apenas aos átomos que constituem o lugar). Habituamo-nos aos sitios porque eles gastam-se connosco, absorvem um pouco de cada um dos nossos dias, ganham a cor da nossa alegria, da nossa tristeza... E nós, adquirimos o seu cheiro, a visão que mais nos convem, um sentimento que não sabemos explicar mas que nos prende e nos molda. É assim que cinco anos passados num sitio que gostamos parecem ser já infinitos, de tão preenchidos. E é natural que não reconheçamos nada, nem o espaço. Ainda que não pareça, é quem mais muda.

Friday, September 16, 2005

Provérbio Chinês

A melhor porta é aquela que se pode deixar aberta.

Monday, September 12, 2005

Originalidade

Numa noite de Inverno, para curar as minhas insónias, decidi levantar-me e retirar um livro da estante para me entreter. Decidi-me pelo livro de Charles Dickens – Contos de Natal, cuja história já conhecia, mas nunca tinha lido. Numa das vezes que Scrooge é visitado pelos fantasmas dos Natais (passado, presente e futuro), lê-se a seguinte passagem: “As cortinas foram afastadas para o lado e Scrooge, erguendo-se precipitadamente e passando a uma posição semi-recostado, encontrou-se cara a cara com o sobrenatural visitante que se erguera, tão perto dele como eu estou agora de si - e estou em espírito a seu lado.” Nesta altura parei de ler e não pude evitar um sorriso. A conquista da imortalidade está realmente no acto criativo e original. A prova é que Dickens está mesmo a nosso lado quando lemos o seu livro.

Monday, September 05, 2005

Janela

Anseio por uma janela
Só minha.
Uma janela que me traga
O vento de outros sítios
E que dê de beber
à minha alma, fatigada
neste mundo de quatro
paredes.

Não importa que a janela
Não dê para outro mundo
Ou que o sol não se veja
Brilhar…
Desde que a janela seja
Só minha,
O sonho tem lugar.

Lúcia/2004

Sunday, September 04, 2005

Spider Man

"This is my gift.This is my course. Who am I? I'm spider man!"
Nunca desde pequena me interessei por banda desenhada, fosse ela qual fosse... Acho que sempre preferi imaginar, talvez a importância dos livos seja essa mesma.
Mas o filme do spider man detem a única história que eu gosto. A maneira como a picada da aranha mutante provocou a mudança no rapaz mais desastrado envolve-nos na esperança de que todos temos direito a uma mudança.
Nesta história, o heroi tem de se deparar com as escolhas que faz: ser mais um entre tantos, ou assumir a sua responsabilidade. Mas vemos logo pela sua personalidade que o Peter Parker não é um entre tantos...
Talvez seja dificil encontramos alguma vez um spider man nas nossas vidas. Talvez seja mais dificil ainda encontramos um Peter Parker.

Friday, September 02, 2005

Vaidade

Sonho que sou poetisa eleita,
Aquela que diz tudo e tudo sabe,
Que tem a inspiração pura e perfeita,
Que reúne num verso a imensidade!

Sonho que um verso meu tem claridade
Para encher todo o mundo! E que deleita
Mesmo aqueles que morrem de saudade!
Mesmo os de alma profunda e insatisfeita!

Sonho que ou alguém cá neste mundo...
Aquela de saber vasto e profundo,
Aos pés de quem a Terra anda curvada!

E quanto mais no céu eu vou sonhando,
E quanto mais alto vou voando,
Acordo do meu sonho...E não sou nada!...

Florbela Espanca

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