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Sunday, April 23, 2006

Ulisses, o heroi

Este sábado acabei de ler um livro sobre a guerra de Troia, de Marion Zimmer Bradley. Desde sempre que os mitos gregos fazem a minha perdição e nunca sei qual deles prefiro. É como se todos eles tivessem morais diferentes que uso consoante a vida me aparece e eles se aplicam.
Mas do livro, não perdou a imagem de Ulisses que a escritora faz passar. Compreendo que a história é contruida com base nas personagens míticas que vivem em Troia e que, nesta perspectiva, Ulisses que era grego e foi o autor do famoso cavalo de Troia tenha de ser visto como um inimigo.
Mas para mim, Ulisses é o heroi da Odisseia, o navegador que iludiu os ciclopes, escapou ás sereias e visitou o Inferno. Para mim, Ulisses será sempre o heroi. E mal dos troianos que se deixaram levar pelo cavalo de madeira que tão igenuamente acharam ter lá sido deixado pelos gregos como presente...

Wednesday, April 19, 2006

Jardim dos Pesadelos

Tenho arranjado coragem para visitar o Jardim Botânico, que fica na Ajuda. Como tenho esta estranha aversão pelas estátuas com repuxos, que impiedodamente povoam Lisboa, tento há algum tempo procura-las para que me decida a perceber o que realmente me perturba nelas. Não que até hoje tivesse encontrado muitas respostas, mas fontes que eu achava nunca ter visto com os meus olhos, reconheci-as de pesadelos que tinha ( e tenho...). E uma das estátuas que mais me repulsa nesses sonhos está sempre num jardim verdejante e bonito.
Depois de algumas investigações pela net, descobri que o Jardim Botânico é conhecido não só pelas suas plantas exoticas mas pelos seus marmores espalhados por toda a área.
Na altura achei que se referiam ao Jardim Botanico que fica no Principe Real, e quando lá fui descobri, entre um misto de desiludida e alivida que ali só haviam mesmo plantas diferentes, e árvores imensas. No entanto o passeio até valeu a pena...
Esta semana, voltei a pesquisar para ir á Ajuda, definitivamente. E não é que o site mudara, tendo uma fotografia do jardim, e de algumas fontes?
Desta vez, não há muitas desculpas. O jardim dos meus pesadelos vai abrir-me as portas...

Friday, April 14, 2006

Mulher com Sombrinha

Antigamente sabia bem qual era o meu quadro preferido de Monet. Mas ultimamente não tenho conseguido resistir ao encanto de "Mulher com sombrinha". Como sempre, ultrapassa-me compreender estes fenómenos que mudam o nosso gosto e alteram a visão que temos dum simples quadro.

Tuesday, April 11, 2006

Provérbio Árabe

"Não declares que as estrelas estão mortas só porque o céu está nublado"

Sunday, April 09, 2006

Coincidências

Não tenho aulas à sexta feira, pelo que os meus fins de semana parecem sempre prolongados. Apesar de manter tarefas que não me permitem estar em férias durante três dias, gosto muito deste regime. Faz-me parar mais vezes. Dantes achava que isso era um veneno para a alma... hoje em dia é necessário.
Este sábado fiz um percurso em Lisboa, e quando dei por mim, estava no Rossio, ao pé daquelas estátuas simétrias. Senti logo um arrepio, desde pequena que não suporto estátuas com repuxos... um trauma qualquer de acontecimentos que recalquei, mas que ainda hoje têm efeito e me crispam de pesadelos.
Quando cheguei a casa, exausta ( mas bem disposta), tomei um banho escaldante e deitei-me à luz dos ultimos raios que invadiam o meu quarto, para acabar o livro que tinha estado a ler até então. Ao som de Tchaikovsky, e Schubert devorei as ultimas páginas, empolgada numa historia sobre uma ilha quase isolada, os seus habitantes pitorescos e o estrangeiro que dava pela alcunha de "O Ruivo". Nunca resisto a historias sobre o Mar, principalmente se evocarem sitios errantes quase esquecidos, onde outras sensações, as mais profundas, flutuam...
Quando acabei o livro ( quase com pena, de deixar as personagens que durante alguns dias fizeram parte da minha vida), passei para o filme estranho que estava a dar na RTP2. Supostamente era sobre um jovem esquizofrenico. No principio, evitei reparar que ele perseguia um coelho nos seus sonhos ( ás vezes tenho receio de me tornar obcessiva), mas quando ele tenta atravessar um espelho, não tive duvidas que havia referências a Alice no pais das Maravilhas... Pensava eu que isso era o que de melhor o filme me estava a oferecer, algo do mais estranho que tenho visto.. mas eis que surguem as viagens no tempo, Einstein e o a sua rede do Espaço-Tempo. Não esperaria ver tantas coisas que eu gosto juntas e ligadas no mesmo sitio." As coincidencias são estranhas, por isso é que são coincidencias".

Sunday, April 02, 2006

Meio-dia

(Praia da Costa)


Meio-Dia

Meio-dia. Um canto da praia sem ninguém.
O sol no alto, fundo,enorme, aberto,
Tornou o céu de todo o deus deserto.
A luz cai implacável como um castigo.
Não há fantasmas nem almas,
E o mar imenso solitário e antigo,
Parece bater palmas.

Mar- Sophia de Mello Breyner Andresen

Saturday, April 01, 2006

Dia das Mentiras

Quando era pequena, o meu pai costumava dizer-me, no dia das mentiras, que tinha encontrado um cão no elevador que falava. Era esta a sua mentira, todos os anos. No entanto, ele dizia isto de forma natural, e a falta de emotividade na voz ( como se fosse algo expectável, encontar um cão que fala...) era perfeita.
Não que acreditasse no puro facto que ele me relatava, mas ao ser tão impossível e causal ao mesmo tempo, esta mentira abria a porta escondida daquele Mundo, onde deixamos de ser incrédulos e acomodamos qualquer dúvida.
As mentiras demasiado verdadeiras, acabam sempre por ser detectáveis. Já os limites do impossível são elásticos...

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