Acorda-me, diz-me que
é um sonho,
ou um pesadelo.
Diz-me que há outra dimensão,
outro espaço aqui,
onde tudo é diferente,
onde o que eu vejo não se
explica.
Faz-me acreditar que o Mar
não tem fim, ou então
mostra-me o penhasco onde
acaba tudo.
Conta as estrelas que vês
todas as noites.
Até ao dia em que não
sobrará nenhuma
e o céu estará negro:
o teu ou o meu?
Alice- 25/02/07
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Sunday, February 25, 2007
Wednesday, February 21, 2007
A realização
É bom realizar os nossos sonhos. Mas igualmente bom é voltar e poder pensar que os realizámos. É bom poder sentar aqui, na minha secretária e escrever ( porque ao escrever sinto). Relembro agora o post em que falei da viagem a Londres da minha irmã. Foi disso que me lembrei quando a semana passada entrei no avião com destino a Barcelona. Tantas vezes tinha pensado naquele momento que parece que já estava gasto. A felicidade que se sente em viver o que se anseia há muito tempo é tão forte que quase não a sentimos. Pensamos demasiado nela para a sentirmos. Depois sim, vêem as descobertas. Os sítios que não conhecemos, as pessoas diferentes, a vida que se altera de maneira exuberante. Tudo aquilo que sempre quisemos, mas que não sabiamos definir. Essa felicidade sente-se porque é exporádica, vem a soluçar durante todo o caminho.
Foi assim Andorra. As montanhas, o sky, o sol entalado numa paisagem que nunca tinha cheirado. Foi assim a neve a cair-me nos ombros, a rodear-me. Foi assim o som de várias línguas que se falavam. Foi assim o nosso apartamento (" é que não cabemos mesmo!"), as nossas refeições, os risos, a vista da janela de manhã.
É por isso que quando chegamos sentimos uma tristeza enorme. Porque quando a definição do que sempre quisemos se aproxima, temos de ir embora. Quando já estava habituada aos soluços da minha felicidade, o avião voltou para Lisboa. A parte boa, é que uma vez a descer a montanha só se pára quando se está cá em baixo. Sinto que o Mundo é meu.
Foi assim Andorra. As montanhas, o sky, o sol entalado numa paisagem que nunca tinha cheirado. Foi assim a neve a cair-me nos ombros, a rodear-me. Foi assim o som de várias línguas que se falavam. Foi assim o nosso apartamento (" é que não cabemos mesmo!"), as nossas refeições, os risos, a vista da janela de manhã.
É por isso que quando chegamos sentimos uma tristeza enorme. Porque quando a definição do que sempre quisemos se aproxima, temos de ir embora. Quando já estava habituada aos soluços da minha felicidade, o avião voltou para Lisboa. A parte boa, é que uma vez a descer a montanha só se pára quando se está cá em baixo. Sinto que o Mundo é meu.
Thursday, February 08, 2007
Borrow
Today you may feel a little sleepy
Maybe the morning is too soon
I guess I'll have to borrow
One of your sunny afternoons
But afternoons they never come
There's nothing left for me to borrow
Devia ter 15 anos quando Borrow do Silence4 fez sucesso. Confesso que na altura ouvia a música porque ela estava lá para ser ouvida. Hoje, verifico que a oiço todos os dias. Há uma simplicidade intensa na maneira como a oiço, como a interpreto. Como se estivesse sempre actual em mim. Mas sendo tão simples, como consegue produzir um encanto tão grande?
Maybe the morning is too soon
I guess I'll have to borrow
One of your sunny afternoons
But afternoons they never come
There's nothing left for me to borrow
Devia ter 15 anos quando Borrow do Silence4 fez sucesso. Confesso que na altura ouvia a música porque ela estava lá para ser ouvida. Hoje, verifico que a oiço todos os dias. Há uma simplicidade intensa na maneira como a oiço, como a interpreto. Como se estivesse sempre actual em mim. Mas sendo tão simples, como consegue produzir um encanto tão grande?
Tuesday, February 06, 2007
Conselho do Mestre
Estás só. Ninguém o sabe. Cala e finge.
Mas finge sem fingimento.
Nada speres que em ti já não exista,
Cada um consigo é triste.
Tens sol se há sol, ramos se ramos buscas,
Sorte se a sorte é dada.
Odes- Ricardo Reis
Mas finge sem fingimento.
Nada speres que em ti já não exista,
Cada um consigo é triste.
Tens sol se há sol, ramos se ramos buscas,
Sorte se a sorte é dada.
Odes- Ricardo Reis
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