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Tuesday, November 20, 2007

De tarde

Ontem estava em casa, doente. De tarde, enrolada em mantas deitei-me no sofá a ver televisão. Dantes, era um acto tão comum. Ontem pareceu-me uma extravagância.
De repente, mudei para a rtp2 e estava a dar um programa para crianças. Veio-me subitamente à memória, que quando era pequena existia um programa em que uma rapariga mantinha uma especie de ET no sotão, que tinha a abilidade de passar desenhos animados como uma televisão. Era como se a fita com os bonecos fosse o seu alimento. Na altura aquilo fazia-me sonhar, e esperava por aquela hora para ver o "monstro" comer os seus desenhos animados que eu também tanto gostava. E anexado a isso, estava o lanche quente e a chuva lá de fora a bater nos vidros.
Foi uma sugestão de momento. Um caminho que o meu cérebro seguiu, pela associação de ideias que fiz. A sensação esvaiu-se. Ficou a memória.

Sunday, November 18, 2007

Pensamento do Dia

Há os sonhadores que amam outros sonhadores. E depois há os outros. Os verdadeiros. Os que amam as pessoas normais, na iterativa esperança de amar um sonhador.

Tuesday, November 06, 2007

and nothing else matters

Oiço só a música, sem a letra. Faço –o aqui ou no metro, como num dia em que me esqueço do mp3. A música habita o meu cérebro ( ou talvez o meu coração). Porque é que temos sempre tantos objectivos que se esfumam em nuvens lindas? Porque é as castanhas quentes a arder nas mãos, ao fim do dia não chegam? Ás vezes tenho curiosidade em saber o que aconteceria se isso fosse realmente o suficiente. Como uma curiosidade semelhante à de quem lê um livro e espreita umas páginas mais à frente. Algo que está para além de nós, mas que não nos pertence, não nos diz respeito.
Anexado a esse aparente desapego, as castanhas adquirem este novo espelho. Como aparentemente não chegam, são tudo o que existe. São tudo para que se vive. Mas sabendo que não são tudo o que se quer. Acabo por – lhes dar assim muito mais atenção, reparar em como me aquecem as mãos. E a alma. Em como sendo tão pouco, afinal são tanto. E em como sem elas, já nada mais importa...

Sunday, November 04, 2007

Reflexão do Dia

Na complexidade do ser humano, há sempre algo que me surpreende. Isso é a minha benção de todos os dias: eu não acertar sempre que vejo alguém que ainda não conheço.
Gostava de me observar como observo os outros, sair do meu corpo, ver-me de cima. Criticar-me, adorar-me. Mudar-me. E quando aqui chega o pensamento, aquela dúvida antiga afoga-se. E renasce. A surpresa recai também por vezes sobre mim, sobre alguem de quem não sei nada e pior, de quem não consigo saber nada. E no entanto, reconforta-me a minha simplicidade. Aquela postura do sitio errado. É uma teoria diferente dos que se encontram nas estações certas e que esperam, talvez até o mesmo comboio que eu. Mas que ao meu lado permancem-me inexplicavelmente complexos.

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