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Tuesday, June 30, 2009
Friday, June 26, 2009
Reflexão
Perdida entre as nuvens selvagens que pintalgavam o horizonte fui obrigada a desviar os olhos da paisagem.
A que se resume a nossa vida? Encadeia-se a vida numa rodopiar de acções e de gestos mecânicos e sociais. E o trabalho obriga a que sejamos simpáticos e agradáveis. Que sejamos aliciantes. E estamos tão obstinados a vestir esse papel de parede, que não podemos olhar pela paisagem que vemos do carro. Parar para pensar em silêncio durante o almoço. Ou sair do metro e olhar a cidade barulhenta a espreguiçar-se de manhã.
Não. Estamos presos a uma corrente social de conveniência. E esses gestos frescos ficam para um local sagrado ao fim do dia, ao fim da semana, do ano… em que se utiliza o tempo para se observar, o que nunca se pode observar, sentir o que não pode dizer, falar do que não se pode ouvir.
E ás vezes até esse altar sagrado tem que ser sacrificado.
Qual o propósito da vida, se em prol dum aparência que necessitamos criar, não podemos desfrutar de quem somos?
E depois pensei: “O homem do Paleolítico estava talvez demasiado ocupado a não ser caçado para se aperceber das maravilhosas paisagens da natureza que o rodeava. Nós, não somos diferentes. Continuamos, igualmente como o homem do Paleolítico, a sobreviver em cada dia. Não há tempo para olhar pela janela. Se não somos caçados.”
A que se resume a nossa vida? Encadeia-se a vida numa rodopiar de acções e de gestos mecânicos e sociais. E o trabalho obriga a que sejamos simpáticos e agradáveis. Que sejamos aliciantes. E estamos tão obstinados a vestir esse papel de parede, que não podemos olhar pela paisagem que vemos do carro. Parar para pensar em silêncio durante o almoço. Ou sair do metro e olhar a cidade barulhenta a espreguiçar-se de manhã.
Não. Estamos presos a uma corrente social de conveniência. E esses gestos frescos ficam para um local sagrado ao fim do dia, ao fim da semana, do ano… em que se utiliza o tempo para se observar, o que nunca se pode observar, sentir o que não pode dizer, falar do que não se pode ouvir.
E ás vezes até esse altar sagrado tem que ser sacrificado.
Qual o propósito da vida, se em prol dum aparência que necessitamos criar, não podemos desfrutar de quem somos?
E depois pensei: “O homem do Paleolítico estava talvez demasiado ocupado a não ser caçado para se aperceber das maravilhosas paisagens da natureza que o rodeava. Nós, não somos diferentes. Continuamos, igualmente como o homem do Paleolítico, a sobreviver em cada dia. Não há tempo para olhar pela janela. Se não somos caçados.”
Tuesday, June 16, 2009
Poema do Dia
A tua vida é uma história triste
A minha é igual à tua
Presas as mãos e preso o coração
Enchemos de sombras a mesma rua
A nossa casa é a neve aquece
A nossa festa onde o luar acaba
Cada verso em nós próprios apodrece
Cada jardim nos fecha a sua entrada
A minha é igual à tua
Presas as mãos e preso o coração
Enchemos de sombras a mesma rua
A nossa casa é a neve aquece
A nossa festa onde o luar acaba
Cada verso em nós próprios apodrece
Cada jardim nos fecha a sua entrada
Friday, June 05, 2009
A menina dos fósforos
A culpa de teres errado afinal não foi minha nem tua.
Estava sempre escuro e eu procurava a estrada com menos pedras. Doia-me o corpo e tinha frio. Escolhi o caminho que me pareceu mais humilde à luz dos fósforos toscos que acendia.
Mas o caminho tornou-se cada vez mais doloroso. Os meus pés mais calejados. O frio mais estranhado. E num ímpeto, acendi os poucos fósforos que me restavam e acreditei no rápido Anjo que me surgiu.
Que me levaria.
Só que afinal não eras tu. E eu não morri.
A culpa foi dos fósforos.
Estava sempre escuro e eu procurava a estrada com menos pedras. Doia-me o corpo e tinha frio. Escolhi o caminho que me pareceu mais humilde à luz dos fósforos toscos que acendia.
Mas o caminho tornou-se cada vez mais doloroso. Os meus pés mais calejados. O frio mais estranhado. E num ímpeto, acendi os poucos fósforos que me restavam e acreditei no rápido Anjo que me surgiu.
Que me levaria.
Só que afinal não eras tu. E eu não morri.
A culpa foi dos fósforos.
Pensamento do dia
"Ninguém sai daqui vivo"
A morte é a única coisa certa. Todos vamos morrer.
Para quê adiar essa cosnciência?
Vamos morrer. Todos.
Adiar o pensamento da morte é ignorar a vida.
A morte é a única coisa certa. Todos vamos morrer.
Para quê adiar essa cosnciência?
Vamos morrer. Todos.
Adiar o pensamento da morte é ignorar a vida.
Wednesday, June 03, 2009
Pensamento do Dia
"You don't know how you've betrayed me
and somehow you've got everybody fooled"
Everybody fool - Evenescence
Traíste-me. Porque não te foste fiel.
Enganaste-nos a todos. A mim, porque te amava.
A eles, porque são como tu.
and somehow you've got everybody fooled"
Everybody fool - Evenescence
Traíste-me. Porque não te foste fiel.
Enganaste-nos a todos. A mim, porque te amava.
A eles, porque são como tu.
Diferença entre pensar e sentir
"O baixo não se ouve, sente-se". Esta frase foi dita e ao pensar sobre ela, conclui que era verdade. O baixo é um instrumento de fundo, de estrutura. Sem ele a música não faz sentido, é o eco vazio duma bateria e de uma guitarra que não se compreendem.
Pensei sobre esta frase e conclui sobre ela. E foi apenas um desencadear racional de pensamentos , de analogias. Um agregar metódico de conceitos que vivem dentro de mim.
Até que no domingo ensaiei com o resto da banda pela primeira vez. E não ouvi o meu baixo. No meio do som estridente dos outros instrumentos, o som das minhas cordas não se fazia ouvir. No entanto, senti-o em toda a sala.
E entendi completamente o significado da frase.
Pensei sobre esta frase e conclui sobre ela. E foi apenas um desencadear racional de pensamentos , de analogias. Um agregar metódico de conceitos que vivem dentro de mim.
Até que no domingo ensaiei com o resto da banda pela primeira vez. E não ouvi o meu baixo. No meio do som estridente dos outros instrumentos, o som das minhas cordas não se fazia ouvir. No entanto, senti-o em toda a sala.
E entendi completamente o significado da frase.
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