Translate

Sunday, October 30, 2005

Filmes

Este tempo chuvoso faz-me sair de casa de manha para passear, mas de tarde apetece-me mesmo ficar aqui, no meu cantinho. Hoje aluguei no clube, o filme "Hide and Seek" que vi no cinema e que gostei muito. Ontem, foi uma tarde mais infantil, diverti-me a ver a Pequena Sereia da Disney. Quando era pequena vi muito poucas vezes o filme mas é dos que mais gosto... É dos poucos cuja história se baseia num livro, uma das histórias do Hans Christian Andersen, um dos meus dinamarqueses preferidos. Como se não fascinasse o suficiente a existência de seres tão estranhos como as sereias, a história baseia-se na vontade que Ariel tem de viver num Mundo que não é o dela, de experimentar para além daquilo que ela conhece, ainda que pra todos os outros, o infinto oceano lhes seja suficiente. Como paga por se tornar humana, oferece a voz que tem, em troca de pernas. Mas o negócio que faz com a bruxa do Mar sai-lhe caro, pois o principe por quem se apaixonou, recorda apenas a voz de quem o salvou no naufrágio...
Talvez tenha sido demasiado caro, dar a voz. E nós , o que dariamos para sairmos dum Mundo que não é o nosso?

Frases

" Nada do que se sonha é tão estranho como aquilo que se vê "

Álvaro Magalhães in Guardado no Coração

Saturday, October 29, 2005

Prosa - os teus lindos olhos

São as janelas da alma, os olhos. Só tem que se saber abrir bem a janela e espreitar para a alma das pessoas que nos rodeiam. Sem dúvida que os olhos são a única essência física que nos permite ver numa pessoa o que ela é. É por isso que nos fascinam tanto, que são foco de arte: os olhos pertencem a duas dimensões em simultâneo.
Às vezes dizemos que uns olhos que vimos são bonitos. Mas isso nada tem ver com a cor ou com forma. Não é propriamente uma beleza pontual, que se observa. É algo diferente, algo que pertence ás duas dimensões em simultâneo também.
Há tantas pessoas que têm olhos estranhos, sem expressão. Olho para eles e a janela não se abre. E às vezes até têm cores bonitas.
Mas os teus olhos não são assim. Olho para eles, e a janela mostra-me um mundo tão vasto, quase como se fosse a terceira dimensão (da qual eu não sei nada). Tens os olhos tão vivos, tão preenchidos que fico cheia só de os fixar. É como se contivesses neles a própria essência da vida. É por isso que gosto tanto de fitá-los. Em dias comuns quando te olho, devolves-me a tua existência física. Mas eu sei que há muito mais do que isso. Os teus olhos nunca se cansam de me mostrar. E é por isso que são tão lindos…

Sunday, October 23, 2005

Central Termoeléctrica

Finalmente o tempo mudou. Pena que tenha mudado tão repentinamente, ainda que estejamos na minha estação favorita: o Outono. Desfrutando da temperatura mais baixa e do cenário mais baço e filtrante com gotas de água que me toldam, visitei na quarta feira central termoeléctrica do Carregado. Apesar de ser uma visita que eu diria, à partida muito interessante, foram poucos os alunos que nessa tarde entraram no autocarro e quase todos eles do meu curso e não de engenharia mecanica como seria de prever. Quanto a mim faltei a duas aulas para embarcar nesta viagem, mas de bom grado faltaria a mais se preciso fosse. E em boa hora o fiz, a visita foi muito agradável, além de bons momentos de convívio, gostei muito de conhecer a central "por dentro", ver com os meus olhos as estruturas que estudei o ano passado, quando tive a cadeira de "Energia e Ambiente". Mas o melhor de tudo foi mesmo entrar na torre de arrefecimento, sentir de repente a humidade extrema que nos molha a cara e ver os farrapos de vapor de água que se escapam. Vistas de fora são autênticas fábricas de nuvens...

Tuesday, October 11, 2005

Aula de SDAD

Estou cheia de sono,
acordei cedo e só
há bocado me
mantive acordada,
ávida pelos novos conhecimentos
que só então me chegaram.
A aula em que me
encontro agora, fala de
economia, dinheiro que se move.
Não me interessa, é demasiado
real.
Lá fora chove, ainda que pouco
e talvez por pouco tempo.
O chão está molhado, escorregadio,
é fácil cair.
( Como se nos outros dias não fosse…)
Os sonhos da minha vida futura
dispersam-se como fumo.
Em dias destes sou capaz de
sonhar até com o futuro do resto
do meu dia, a ansiedade extrema
que a chuva traga uma surpresa,
uma diferença.
O fumo espalha-se, diverge
o resto das pessoas converge
para o seu objectivo: a aula.
Apetecia-me não estar aqui, e a
verdade é que me podia ir embora.
Mas de resto há tantas coisas que
me apetecem e outras que não me
apetecem…
Receio não ter um critério de
escolha, neste momento.
E entre estas considerações, deixo-me
ficar, sei lá onde estão as surpresas!
Pode ser que estejam aqui, há
espera que deixe de pensar nelas
para aparecerem.
Quem me dera não pensar nisso, se calhar
estava a gostar da aula e não pensava
no fim do dia, de modo tão ansioso
tão perturbante.
Ás vezes este sentimento cansa,
ainda que na maior parte do tempo
preencha todos os meus espaços vazios.
A aula continua,
será que ainda está a chover?
Tento não adormecer,
mas é tudo tão monótono,
como se tudo estivesse combinado
para me fazer dormir e passar
mais este dia suavemente,
ao de leve por cima das horas.
Por momentos, sinto-me tentada
a embalar nesse sono… mas
como já disse não sei o que
fazer e por isso mantenho-me
como estou.
Parece-me ser o mais seguro.
Em dias como este tudo é tão vago,
tão possível, tão distante…
A aula acabou,
isso não se pode negar.
O resto, já não sei…

Tuesday, October 04, 2005

Escolha

Deus não escolhe os capacitados, capacita os escolhidos.

Albert Einstein

Monday, October 03, 2005

Ilusão

Impossível deixar de falar hoje do eclipse. Impossível deixar de sentir o frio súbito, o desaparecimento do habitual aconchego do calor do sol, o vento tão inesperado, a situação tão anormal. Impossível digo eu, deixar de apreciar a fantástica coincidência que põe a lua à frente do sol, de uma forma tão específica que nós, meros observadores terrestres nos limitados a seguir a ilusão óptica que o universo nos cria. Saber que estamos na estreita faixa onde a ilusão é total devia fazer-nos ter consciência da importância única do momento que vivemos. Mas isso sou eu que digo, sou eu que vibro com estas coisas. A realidade do dia a dia parece sobrepor-se à real consciência de quem somos no meio do vasto e ecoante universo. É como se isso fosse o segundo eclipse, a segunda ilusão...

Sunday, October 02, 2005

Dia Mundial da Música

Bem sei que foi ontem, mas o post é dedicado hoje. Dedicado a todos os ouvintes que nasceram com notas musicais e que tentam sobreviver neste mundo tão mudo.
A todas as pessoas que constroem a vida num fundo musical. E a todas as músicas, claro. Aquelas pelas quais nos apaixonamos à primeira vez, aquelas que nos conquistam inexplicavelmente num dia em que estamos diferentes. Aquelas que nos lembram pessoas que gostamos ou odiamos, ou músicas que nos fazem retroceder e recordar. Aquelas que nos deixam eléctricos e eufóricos, que acompanham a nossa loucura. Ou as que se sentam connosco à janela e nos abraçam nas noites de luar quente, envolvente. E aquelas que nos elevam, que nos transportam para outra dimensão, que nos fazem pensar e sentir realmente. E há sempre aquelas que nos tocam em certos momentos, que se deixam descobrir e avançam para a nossa alma, aumentando-a. A música está sempre connosco. E é tão vasta que nunca se esgota, nunca se repete. Saibamos nós ouvi-la para nunca nos esgotarmos também. Já dizia Jim Morisson: “Music is your only friend, until then end”. A música é-nos sempre fiel.

Saturday, October 01, 2005

E depois do Arraial...

Tão cedo passa tudo quanto passa!
Morre tão jovem ante os deuses quanto
Morre! Tudo é tão pouco!
Nada se sabe, tudo se imagina.
Circunda-te de rosas, ama, bebe
E cala. O mais é nada.

Ricardo Reis

Popular Posts