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Sunday, November 22, 2009

A Rosa Azul

Os dias passam.
As horas. Os minutos. Os segundos. Contagem decrescente.
A vida é uma audácia perante a morte. A existência é um desafio perante o inevitável.
A consciência é a ampulheta virada. A areia que escorre.

Monday, November 16, 2009

Amo-te

Porque te carrego comigo. Porque a memória me aproxima de ti. Porque nunca te esqueço nos infinitos silêncios em que nunca mais pronunciei o teu nome.
Porque trocava contigo. E porque contigo a carregar esta culpa, de nunca ter trocado contigo. Porque te vejo em toda a gente de quem gosto. Porque te sinto em todos os locais onde fico. Porque estás lá em todas as escolhas que faço.
Porque em algum momento do tempo fomos absolutamente iguais. E tinhamos a vida inteira pela frente.
Porque agora já não estás comigo. E eu nunca mais disse o teu nome.
Porque te guardo como eras. Porque guardo o amor que já não tenho.

Alice
(ao meu primo)

Saturday, November 14, 2009

Tudo o que eu quero

Não há nada que me peça paz.
Tudo o que quero é a guerra de outro dia. O sangue e o suor da sobrevivência na selva. A arte de adormecer sem pensar em nada. O vácuo do cérebro.
A paz chegará um dia com a morte.
Até lá, a morte chega-me todos os dias com a paz.

Friday, November 13, 2009

Back in time II - O Principezinho

Os teus ciúmes são insuportáveis. Não o destruas. É uma ordem que perdeu o controlo e chora um pedido.
Não vieste de um planeta distante?Não querias conhecer a Terra? Não deixaste uma Rosa porque quem és responsável? Lembra-te dessa Rosa.
E lembra-te de mim, que sou a Rosa que ficou. Aquela, uma das muitas que visitaste no jardim com desprezo, quando já tinhas planeado nunca mais cá voltar.
És responsável por mim, sim. E por isso, tens o dever de não o destruir.
Alice

Tuesday, November 03, 2009

Back in time II - Banco de Jardim

Não voltes a fazer esse percurso. Não voltes a olhar o Castelo. A elogiar o Tejo. A ver o Rei morrer no Terreiro do Paço.
Não voltes a acompanhar-me em cada uma dessas viagens que faço todos os dias. A tua companhia não me incomoda. Mas sempre que vens comigo, acabamos sentados naquele banco de jardim. E é sempre Outono e é sempre fim de tarde. E eu levanto-me sempre triste. E o coração pesa-me tanto que me esqueço porque é que gosto tanto de Lisboa.
E não volto a fazer esse percurso.
Alice - Outubro 2009

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