Nunca ninguém questionou o fim da história de HC Andersen?
Que dizer do patinho, que após uma infância ostracizada se tornou num ser magnífico e belo?
Que é mais feliz? Que finalmente é feliz? Quer perdoa? Que aprende? Que esquece?
Como continuar a história do patinho feio? Inteligentemente HC deixou-nos a continuação nas mãos. Ou no coração.
Porque enquanto o patinho foi feio ninguém gostava dele. Era um ser incómodo, menosprezável. Como aquelas pessoas andrajosas que só existem para nos fazerem sentir mal.
E o patinho era uma nódoa feia que não combinava.
A fealdade incomoda. Mas é transparente.
Todos já fomos ou ainda somos patinhos feios. Simplesmente existem aqueles que não têm consciência suficiente para o perceberem.
Distinguimo-nos uns dos outros não por sermos cisnes. Mas pela forma como somos cisnes.
E eu diria que aquele patinho feio, o do HC Andersen ( e o meu) continuou patinho. Não ficou mais feliz, nem esqueceu. Nem perdoou. Só aprendeu a ver no lago imagens diferentes para a mesma consciência.