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Wednesday, February 24, 2010

50's song Inspiration

Liberta-me, liberta-me com essa sedução frágil. Quase que te sinto a quebrar por entre os vasos delicados de vidro desta história azul e deste baile de vestidos folhados onde dançamos a última música.
Liberta-me, liberta-me de mansinho com esse gesto de seres tu. Há uma atmosfera de nuvens nos teus olhos que me tornam o baile e a música.
E eu danço.
E a liberdade que me dás é a tua maior sedução.

Tuesday, February 23, 2010

Heartshape Box

Por muitas voltas que dê no mundo, acabo com uma pele de Kurt Cobain que me serve melhor que toda a roupa que vesti até hoje.
Por muitas pessoas que conheça, por muitos sítios onde vá, acabo sempre por descansar numa mente honesta que me ocupa o coração e que se desprende do que tu dizes, ou do que podes vir a dizer. Ou do que podes vir a pensar.
Já caminhei demasiado para ignorar os passos toscos que dou na direcção desse Kurt Cobain. Da sombra que fica dessa mulher atraente e bonita. Essa sombra de sedução que vive num vestido vermelho perfumado.
Que nunca serei eu.
Porque a minha mente honesta só pretende morrer com uma pele. A que tem e que herdou dele.

Monday, February 22, 2010

Relembrando Beethoven

Moonligth

Ouvi dizer
(não sei onde, nem quando)
que Beethoven
compusera “Moonligth”
para conquistar a
rapariga que gostava

(Quem nunca ouviu
“Moonligth”?
Quem não conhece
a tristeza doce, que
escorre das teclas
do piano, quando a
Lua está cheia,
e o nosso amor
está longe, muito longe…)

A rapariga que
Beethoven gostava
ignorou a música.
Ele acabou por ficar
surdo.
Ela sempre
o foi.

Triste Beetoven
Fez a mais bela das
músicas
Para quem nunca
a entendeu.
Coração de pedra,
o da rapariga…

Há quanto tempo isso foi?
Nessa altura já
existiam corações
de pedra, como o da rapariga
e pessoas únicas
como Beethoven.
Beethoven viveu sozinho,
rodeado de corações de pedra.

Hoje, depois de o tempo ter
passado.
Eu vivo sozinha, e o meu
coração , dizem, é de pedra.
Mas seria leve como
uma pena, se para mim
Beethoven tivesse escrito
“Moonligth”

Alice 2003

Friday, February 19, 2010

A guitarra e o Baixo

Nunca tive tanta pena como hoje. Evito este sentimento falsamente humano de compaixão e sinto-me um monstro por lamentar tanto.
Sou um monstro condenado porque lamento e não faço nada para te salvar desse triste desígnio. Na verdade, a lamentação morreu no berço, quando te escolheram seres quem és. O triste desígnio és tu. E a minha lamentação é o eco dum amor infinito e irracional. É o eco dum amor.

Porque no meio da euforia do concerto, todos ouvem a tua guitarra. Mas só alguns ouvem o meu baixo.
Eu fiz a minha discriminação.
Mas tu nunca vais chegar a ser discriminada.

Sunday, February 14, 2010

Dia dos namorados

Amor não é companheirismo. Não são filmes e músicas em comum.
Não são projectos conjuntos. Não são viagens. Filhos. Pedras. Animais.
Amor não são pequenas pontes entre mundos incompreendidos.
Amor não é sexo. Nem atracção física por corpos gregos. Amor não é atracção constante.
Amor não é amizade. Não é compreensão nem compaixão. Não são bilhetes escritos em tardes suaves. Não são festas de madrugada. Nem bancos de pedra ao pé do rio.
Amor não é aquela sala de cinema. Não é aquela tarde. Amor não é o coração a palpitar. Amor não são momentos únicos. Nem pétalas de rosa.
Nem escadas fortuitas.
Nem bebidas saboreadas em lábios alheios.
Nem vinis a tocar naquela casa velha onde os corpos se juntam.

Isso não é amor. Isso é a tua vontade de fazer parte do Mundo.

Tuesday, February 09, 2010

Aniversário

Como sempre em todos os meus aniversários, aqui fica um poema de Sophia

Se tanto me dói que as coisas passem

Se tanto me dói que as coisas passem
É porque cada instante em mim foi vivo
Na busca de um bem definitivo
Em que as coisas de Amor se eternizassem

Sophia de Mello Breyner Andresen

Thursday, February 04, 2010

Poema

Às vezes a tua boca é um mar de ideias
E a nossas noites, uma sucessão de imagens
De um futuro incerto que só me aparece em sonhos.

Ou a tua boa é esse futuro incerto
E as noites que me arrancas, ondas distantes
Onde se sonha uma sucessão de imagens

Em que estamos juntos.

Tuesday, February 02, 2010

Desabafo II

Nunca saberás se era eu. Nunca saberás se era mesmo eu que vias quando olhavas o mar absorto, ou se eu era a tua saudade materializada num corpo. Por vezes, o corpo perfeito.
Nunca saberás se o teu amor era esse pedaço de melancolia que te ficou agarrado ao coração. Ou se me amaste porque sabias que o meu coração não tinha pedaços.
Talvez nunca venhas a saber. Talvez te iludas com a confusão permanente da mentira.
Mas eu sei que tu nunca me amaste. A tua dúvida nunca me mentiu.

Monday, February 01, 2010

Desabafo

Há sempre este papel secundário para mim. Este papel acompanhado de uma valsa. Como se eu preenchesse o salão com uma música que já foi escrita antes de mim.
Como se toda a minha vida fosse uma valsa copiada.
Importa lá que eu seja a melhor ou que me ames a dançar esta valsa.
Ela não foi escrita para mim. Eu sou só a sombra que preenche o vazio do salão. E que dança a valsa que alguém não quis.

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