A festa do Ano Novo não é mais do que a nossa vontade de comemorar as nossas próprias convenções. Dou por mim a questionar a diferença entre o último e o primeiro dia do ano. A verdade é que não há diferença, o tempo é contínuo, não é um ciclo com princípio e fim. Apesar de ser uma ilusão, a noite do Fim do Ano apanha-me sempre um pouco nostalgica.
Antes da meia-noite duas listas devem ser feitas:
- O que foi bom e mau
- O que deve ser mudado
Parece simples, mas requer uma introspecção interessante. Todos os anos faço este exercicio, e apesar de parecer tão facil, o que deve ser mudado acaba por ser muitas vezes repetitivo, entre cada ano que passa...
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Sunday, December 31, 2006
Friday, December 29, 2006
O que o Natal tem de bom...
O que o Natal tem de bom é isto: a capacidade de me fazer crer que certas coisas não mudam.
Invulgarmente, a noite da Vespera de Natal toma uma dimensão especial: o frio da rua mistura-e com a capacidade que tenho de me manter na infância.
Deito-me com um cansaço que contraditoriamente me deixa feliz. O meu último pensamento antes de adormecer profundamente, é que no dia seguinte será Natal. E porque de mãnha acordo e abro os presentes. E porque me levanto e as pessoas estão diferentes e a casa está diferente. E porque o Mundo muda neste dia, a noite da Véspera de Natal tem esse encanto: ser a noite porque se espera durante 365 dias do ano.
Invulgarmente, a noite da Vespera de Natal toma uma dimensão especial: o frio da rua mistura-e com a capacidade que tenho de me manter na infância.
Deito-me com um cansaço que contraditoriamente me deixa feliz. O meu último pensamento antes de adormecer profundamente, é que no dia seguinte será Natal. E porque de mãnha acordo e abro os presentes. E porque me levanto e as pessoas estão diferentes e a casa está diferente. E porque o Mundo muda neste dia, a noite da Véspera de Natal tem esse encanto: ser a noite porque se espera durante 365 dias do ano.
Sunday, December 10, 2006
Habituamo-nos a tudo
É assim que me sinto: cheia de frio. E parece uma descrição meramente física, uma constatação objectiva num dia em que efectivamente está frio.
Tenho os dedos enregelados, paus secos que me saiem das mão, desajeitados. E doem-me quando alguma coisa os toca. Sinto-me tão fria... Atrevo-me a por o nariz de fora do cobertor. Lá dentro, onde cultivo o calor era capaz de ser outra pessoa. Os olhos parecem não se ressentir, mas albergam a frieza que me consome, quando olham pela janela e vêem um dia diferente. Acabam por ser eles quem mais sente a frieza que sinto hoje...
A chávena de chá que fumega perto de mim, não chega. É um lampejo do calor que fere de tão rápido que se extingue.
Inevitavelmente o frio chegou. Mas habituamo-nos a tudo, até a isso.
Tenho os dedos enregelados, paus secos que me saiem das mão, desajeitados. E doem-me quando alguma coisa os toca. Sinto-me tão fria... Atrevo-me a por o nariz de fora do cobertor. Lá dentro, onde cultivo o calor era capaz de ser outra pessoa. Os olhos parecem não se ressentir, mas albergam a frieza que me consome, quando olham pela janela e vêem um dia diferente. Acabam por ser eles quem mais sente a frieza que sinto hoje...
A chávena de chá que fumega perto de mim, não chega. É um lampejo do calor que fere de tão rápido que se extingue.
Inevitavelmente o frio chegou. Mas habituamo-nos a tudo, até a isso.
Friday, December 08, 2006
Porto
O fim de semana passado estive, finalmente no Porto. Não me surpreendeu o facto de ter adorado a cidade. Apesar de nunca ter ido lá durante os meus vinte e três anos de existência conheço o suficiente da paisagem do Norte para me identificar com o cheiro do ar cortante e o brilho do granito nas pedras.
Enquanto passeei pela ribeira, não pude evitar pensar que uma vez, já lá vão alguns anos, equacionei seriamente a hipótese de ir estudar para o Porto.
É assim que divagamos, quando nos perdemos pelos caminhos paralelos que a nossa vida podia ter seguido. O que teria mudado? Quem seria eu? Onde estaria o meu Mundo?
Inconscientemente, a semana passada desejei ter escolhido essa opção. Mas só porque naquela noite estava ali, num cenário que agora trocaria de bom grado...
Sei lá se essa seria a melhor opção... Tenho de viver com a única que tenho, com a que construi. A que me vai levando aos meus sonhos. E que até acabou por me conduzir ao Porto..
Enquanto passeei pela ribeira, não pude evitar pensar que uma vez, já lá vão alguns anos, equacionei seriamente a hipótese de ir estudar para o Porto.
É assim que divagamos, quando nos perdemos pelos caminhos paralelos que a nossa vida podia ter seguido. O que teria mudado? Quem seria eu? Onde estaria o meu Mundo?
Inconscientemente, a semana passada desejei ter escolhido essa opção. Mas só porque naquela noite estava ali, num cenário que agora trocaria de bom grado...
Sei lá se essa seria a melhor opção... Tenho de viver com a única que tenho, com a que construi. A que me vai levando aos meus sonhos. E que até acabou por me conduzir ao Porto..
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