Tem dias que é assim. Toca a música e a dor crava-se no meu peito, como uma lapa. Suga-me a felicidade do Sol a brilhar em dia de aguaceiro. Parece que é tudo novo outra vez, que vos perco um a um outra vez e pela primeira vez. A dor de vos perder e a dor da vossa ausência, tudo junto como numa rodilha maltrapilha. Não posso falar desta dor, nem de vocês, nem da vossa ausência. Não tenho essa permissão. Então ela enterra-se pelo meu estômago e vive ali a destruir as minhas entranhas. Às vezes bebo água, passeio pelos bosques, sinto o cheiro do mar e dor atenua-se. Mas depois toca a música e a minha agonia começa novamente.
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Friday, June 09, 2023
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