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Monday, December 22, 2008

The Call of Ktulu

Não me deixes. A noite está tão escura.
Não me deixes. Não me deixes. Não me deixes. Não quero ficar com a noite escura. Amo-a de mais.
Não te vejo. Mas confio que aí estejas. É assim o nosso estranho amor, neste estranho lugar inóspito e agreste. Sinto a fúria do vento e o sal duma tempestade que já aconteceu há muito tempo. Hoje em dia o céu está sempre negro, mas nunca chove.
Não me deixes. É tudo tão instável.
Se me deixares a balança equilibra o coração e o amor arruma-se. E morre lentamente, abrindo os olhos para a vida. Não faças isso.
Não me deixes.
Mas talvez já não estejas aqui, como eu pensava. Talvez já não ouças. Talvez me tenhas deixado. Pode ser esta música o delírio vadio da minha consciência que não quer acordar. A noite é escura e eu estou sozinha.
Uma corda de perguntas enrola-se no pescoço. Não quero as respostas. Amasso-as com a mão de areia escura.
Deixaste-me.
Houve um tempo em que te pedi para não me deixares. Chamei-te. Seria eu? É que a noite escura sempre me abraçou. E não tenho a certeza que alguma vez te tenha visto.
Alice – The Call of Ktulu (Metallica)

1 comment:

Anonymous said...

Todos os textos escritos inspirados numa musica deveriam ter esta qualidade: limitaremm-se a ser uma interpretaçao sensitiva. Por isso é que gosto do texto, permite-me ouvir a musica e sentir algo diferente. E, instintivamente, pensar numa musica diferente para a tua criçao.

Porque somos pessoas diferentes.

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