Do sítio onde estava via toda a praia:
O extenso areal branco sem margens e o risco de mar azul claro,
borrado
pelos dedos de um qualquer Deus
descuidado.
Do sítio onde estava via, repetidamente,
uma mancha negra de pessoa
que atravessava o areal
sem grãos de rasto;
um cenário deformadamente
escurecido de branco.
Mas trazia-lhe o mar um gosto
amargo
a consciência de morte,
sempre que de manhã passava na praia e
aquela mulher lhe comia
mais um pedaço de coração.
"Porque te vestes de preto?"
Estou de luto permanente por mim.
Há um agoiro de vento que me adoece
as asas.
Vem de terra.
Sempre veio de terra. E por isso
passeio a minha consciência
pelo mar,
enquanto espero a minha vez de
morrer.
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Monday, May 24, 2010
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