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Thursday, September 25, 2014

Amigos de Facebook

Encontros breves, palavras ligeiras. Rimos e brincamos quando eramos pequenos, quando a vida era fácil. Quando não havia opiniões de política, desporto ou economia. A vida era assim: “queres jogar à bola? então tudo bem”, nunca mais do que isso. Depois, vieram as guerras da adolescência, os amigos a sério e os inimigos ainda mais a sério. Não era a política que nos separava, mas o instinto primário. Largados ao acaso, agrupavamo-nos por gostos musicais, por aparência e beleza ou ausência dela. Uns desprezavam-me porque não era popular outros sentiam-se irredialvemente atraídos pela mesma razão. Até que um dia, crescemos definitivamente e olhámos uns para os outros com olhos de adultos. E agora parece ser tão fácil ver que cada um de nós se tornaria exactamente no que se tornou. Agora que entendemos as coisas de outra forma, secalhar julgamos de maneira diferente. Olhar para trás agora pode ser nostálgico. Parece que de repente as inimizades nasceram apenas na imaturidade dum contexto infeliz. Mas não te deixes enganar. Se adicionares os teus velhos “amigos” desses tempos no Facebook, vais ver dentro de uns meses, que eles e tu não mudaram nada. Que a política e o desporto e economia continuam a não contar para nada. E apenas com teu instinto primário acabas por apagar quem não interessa. Fisica ou virtualmente é tudo parte da mesma coisa.   

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