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Tuesday, June 22, 2021

Alcool

Bebo para não ver a vida em câmara lenta, para que a dor profunda no pequeno círculo do meu coração não me engula. Para que possa ser Eu sem a parte de mim que me estranha. Bebo para acelerar tudo, e viver dos eletrões que podem estar em qualquer lado sem estar verdadeiramente em lugar algum.

Depois, quando o tempo passa, sento-me espantada em frente ao espelho. E olho: as minhas mãos são as da minha avó.

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