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Monday, June 07, 2021

Reencontro

Deitados na cama, eu olhava as estrelas dum tecto húmido e rasgado. Não tinha dado certo à primeira, nem à segunda, nem à terceira. Quem diria que à quarta, passados dez anos, estavamos finalmente ali.

Há quem diga que quando o tempo passa nós mudamos. E que fomos nós que mudamos, para agora estarmos ali sem roupa e vulneráveis a conseguir finalizar um tipo de amor que nunca julgamos possível. Talvez fosse mesmo esse o problema na altura: ambos quisemos um amor que não era possível. Julgavamos nós, que esse era o único amor que existia. E agora, simplesmente, percebemos que há muitas maneiras de amar, que amar é a forma mais profunda de se estar só, e que nenhum de nós vai salvar o outro, mas que talvez depois de fodermos, talvez, talvez estivessemos um bocadinho mais a salvo.



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