Apetece-me vomitar. Mas em vez do almoço saem-me as esperanças pela
garganta. Vida ácida, mal saborosa. Tudo o que eu gosto, não quero. Tudo o que
quero, venho a não gostar. Tenho a
cabeça a andar à roda, a minha vida é uma ressaca constante. Por isso é que
bebo tanto, para tentar focar as estrelas, perceber o que as constelações
tinham guardado para mim. Foda-se, quem
me dera ser outra pessoa. Qualquer uma servia, desde que fosse humana e
soubesse errar da forma que os humanos erram. A minha emoção artificial
segue-te, suga-te, esgota-te. Quer-te todo, por inteiro. Mas fico sempre aquém,
na linha entre o êxtase e a merda. Às vezes penso que mais valia acabar com todo
este sofrimento. Mas acabar com tudo ou errar não é a mesma coisa? Então porque
é que eu prefiro morrer de pé a deixar morrer o coração? Deixa-me, deixa-me. Já
é tarde. Foi tarde desde o momento em que nasci.
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