É bom realizar os nossos sonhos. Mas igualmente bom é voltar e poder pensar que os realizámos. É bom poder sentar aqui, na minha secretária e escrever ( porque ao escrever sinto). Relembro agora o post em que falei da viagem a Londres da minha irmã. Foi disso que me lembrei quando a semana passada entrei no avião com destino a Barcelona. Tantas vezes tinha pensado naquele momento que parece que já estava gasto. A felicidade que se sente em viver o que se anseia há muito tempo é tão forte que quase não a sentimos. Pensamos demasiado nela para a sentirmos. Depois sim, vêem as descobertas. Os sítios que não conhecemos, as pessoas diferentes, a vida que se altera de maneira exuberante. Tudo aquilo que sempre quisemos, mas que não sabiamos definir. Essa felicidade sente-se porque é exporádica, vem a soluçar durante todo o caminho.
Foi assim Andorra. As montanhas, o sky, o sol entalado numa paisagem que nunca tinha cheirado. Foi assim a neve a cair-me nos ombros, a rodear-me. Foi assim o som de várias línguas que se falavam. Foi assim o nosso apartamento (" é que não cabemos mesmo!"), as nossas refeições, os risos, a vista da janela de manhã.
É por isso que quando chegamos sentimos uma tristeza enorme. Porque quando a definição do que sempre quisemos se aproxima, temos de ir embora. Quando já estava habituada aos soluços da minha felicidade, o avião voltou para Lisboa. A parte boa, é que uma vez a descer a montanha só se pára quando se está cá em baixo. Sinto que o Mundo é meu.
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Wednesday, February 21, 2007
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1 comment:
Ainda ontem falava com a mishaa (ela que confirme ;)) sobre uma coisa parecida...ela contava-me de um livro onde as pessoas eram tão felizes que deixavam de sentir essa felicidade, pq já era habitual. Depois eu falei de masoquismo, lolol...
Mas para mim há poucas coisas como aquela felicidade esporádica que vem quase sem esperarmos, como abrir a janela num sábado de manhã e veres a rua coberta de neve (Toulouse), como veres alguém q nunca te ligou a sorrir-te de repente, como reencontrares antigos amigos com quem a amizade ainda faz sentido. É simplesmente *bom*, é mesmo *bom*.
Como o Nicolas Cage que depois de uma eternidade sente finalmente o mar ;) Isso sim é felicidade ;)
Testamento...beijoca ;)
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