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Wednesday, July 25, 2007
Sunday, July 22, 2007
O quarto
O quarto estava aí. De um ângulo estratégico mirava-o. Havia um perfume de Verão no ar, de tardes perdidas à espera do cair da noite, longa como só nestes tempos.
A cama estava impecavelmente feita e fresca, os livros alinhados, limpos, sentia-se o cheiro doce da madeira. A roupa simples repousava no armário fechado, onde o espelho reflectia o quarto, dando-lhe um ar de salão, interminável.
Também não havia barulho. Nada perturbava o calor mole que escorria por entre as frestas das persianas corridas. Não havia carros lá fora, nem pessoas. A hora era quase sagrada, de retiro.
Olhado o quarto mais uma vez, apercebia-me da harmonia que se sustentava no ar. Havia por isso, um medo de mexer nas coisas, ver a perfeição estilhaçar-se, como um espelho que não suporta notas agudas. Em cima da mesa estavam folhas, impecavelmente arrumadas e secas, as canetas imóveis, o candeeiro debruçado: o lugar certo das coisas certas. Por cima, suspendiam-se fotografias, momentos captados e que se queria perpetuarem-se. Apesar de desengonçadas, faziam parte da ordem e frescura do quarto.
À frente dos cortinados espessos, estava um puff, de cores alegres que convidava a uma reflexão. No meio do cheio de Verão, era bom olhar o tecto, ver as sombras deslocarem-se, segui-las...
O quarto estava aí. Perfeito de tão harmonioso. E no entanto, faltavas tu.
A cama estava impecavelmente feita e fresca, os livros alinhados, limpos, sentia-se o cheiro doce da madeira. A roupa simples repousava no armário fechado, onde o espelho reflectia o quarto, dando-lhe um ar de salão, interminável.
Também não havia barulho. Nada perturbava o calor mole que escorria por entre as frestas das persianas corridas. Não havia carros lá fora, nem pessoas. A hora era quase sagrada, de retiro.
Olhado o quarto mais uma vez, apercebia-me da harmonia que se sustentava no ar. Havia por isso, um medo de mexer nas coisas, ver a perfeição estilhaçar-se, como um espelho que não suporta notas agudas. Em cima da mesa estavam folhas, impecavelmente arrumadas e secas, as canetas imóveis, o candeeiro debruçado: o lugar certo das coisas certas. Por cima, suspendiam-se fotografias, momentos captados e que se queria perpetuarem-se. Apesar de desengonçadas, faziam parte da ordem e frescura do quarto.
À frente dos cortinados espessos, estava um puff, de cores alegres que convidava a uma reflexão. No meio do cheio de Verão, era bom olhar o tecto, ver as sombras deslocarem-se, segui-las...
O quarto estava aí. Perfeito de tão harmonioso. E no entanto, faltavas tu.
Tuesday, July 10, 2007
Monday, July 02, 2007
À memória de Sophia
"Mostrai-me as anémonas, as medusas e os corais
Do fundo do mar.
Eu nasci há um instante."
Sophia de Mello Breyner Andresen - Mar
Do fundo do mar.
Eu nasci há um instante."
Sophia de Mello Breyner Andresen - Mar
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