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Wednesday, May 17, 2017

Céu de Baunilha

Há uma vida de céus intermitentes escondida entre o negro do medo
e o azul dos corais.
E o pássaro atrevido que esgravata entre as nuvens a promessa de um
arco-íris;
Talvez tenha medo do negro, talvez anseie de morte o azul dos corais.

Mas nos céus cruzados de propósitos e de traços geométricos, os pássaros
são como gaiolas: encerra-se neles todo o seu espaço.
Até que, por vezes, abrimos um escancarado céu de baunilha; E o mundo 
transforma-se na brisa morna do vento numa noite de Verão.
E os pássaros voam como crianças.

Mas a noite acaba. Eventualmente acabamos por fechar a janela
do céu de baunilha. E deixar os pássaros nas suas vidas.
Até que uma manhã tropeçamos no cadáver do pássaro 
que já não teve força para voar nos céus que tão bem conhecia.

É que as ações, as ações têm consequências. 

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