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Saturday, June 12, 2010

A Queda do Muro de Berlim

Como se comer, beber e dormir com roupa quente fosse liberdade. Como se escolher o melhor caminho, fosse liberdade. Como se nunca ver o Mundo fosse liberdade.
Consideras a liberdade como um bem menor, um consumo supérfluo. A metáfora coloca-a debaixo da redoma, como se fosse muito frágil essa liberdade.

Sempre considerei as redomas como prisões e qualquer metáfora como uma grade da jaula. Lamento quebrar essa fina capa de ilusão na qual não ter frio é um nobre propósito. A morte é dura, eu sei. Mas a verdade é que quando morremos, todos temos frio.
E eu conto com um cobertor na alma mais quente do que todas as mantas que arranjas enquanto não atravessas fronteiras, não cedes a tentações e vives numa aldeia confortável onde todos são iguais e escondem a ambição debaixo do tapete.

Eu sei que a liberdade é tenebrosa. Tal como é o silêncio no qual tu desenhas os teus pensamentos e crias a tua filosofia.

Mas a liberdade é isso mesmo, esse caminho rebelde e teimoso. Pode ser medíocre ou pode ser genial.
Mas se não for irresponsável, nunca será livre.

Qualquer coisa que construas sem liberdade, não é verdade.
Não existe.
Todo esse frio que evitas é uma ilusão.

E um dia a verdade acaba sempre por bater à porta.
E mais vale que os muros não estejam lá para te separar dela.


Em memória do Muro que caiu em Berlim, a 16 de Agosto de 2009.

1 comment:

WinGs said...

nao o podia descrever melhor. Nao deviam existir muros, obstaculos fisicos a algo tao sublime como existir.

gostei =')*

beijinhoo

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