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Wednesday, September 17, 2008

Espera

Espera e volta a esperar.
A noite dura. Mas acaba por ser fugaz. A espera faz o tempo passar depressa.
De repente é amanhã. E aí o tempo alonga, estica e dobra-se sobre si mesmo. As árvores estão tortas, as portas são pequenas. A rua é suja.
O dia é lento, feio e sem ninguém.
E é aí que a espera custa. Arde nos olhos.
Nas pontas dos dedos.
E está em todo o lado, cresce de dentro. E é enorme.

4 comments:

Anonymous said...

"A espera faz o tempo passar depressa."

O tempo, talvez, nao passe mais Rápido enquanto se espera. Mas passa mais depressa, os minutos escorrem pela pele, os segundos são mais leve que a brisa matinal. Porque qualquer espera, enquanto sentida no nervo, soa a inutil.

Melão Metralha said...

É normal o dia ser mau se os olhos estão feitos à noite...
Melhor seria dormir, deixar o tempo passar realmente ao lado e em torno de nós, melhor ainda escolher onde e quando acordar...
...por outro lado onde estaria o sal da vida?
Pena é que só à distância se consiga ver isso... pra isso só com o lado certo do cogumelo :-D

Alice in Wonderland said...

"Também não quero morrer
definitivamente.
Só queria estar morto até que isto tudo
passasse.
Morrer periodicamente."

o teu coment lembrou-me este poema.
O lado certo do cogumelo envolve o risco de sermos apanhados pela Rainha de Copas. E aí está o sal da vida...

Melão Metralha said...

Sempre achei que a Rainha de Copas era relativamente inofensiva e o chapeleiro mais perigoso...
Esse e o Jaberwocky ;-D

Como dizia o Calvin:

Eu não quero morrer, só que que os outros não existam.

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