Entendo.
Há muitas parecenças entre Lisboa e Copenhaga. E uma delas é a diferença antagónica duma cidade latina que é nostálgica e duma cidade nórdica que é louca.
Mas há mais do que isso. Há um fio estreito que as une, como se fossem o mesmo caminho.
Assim, uma lembra a outra.
Ambas têm Mar azul à sua volta. Uma ponte que se perde no indefinido horizonte. Um vento agreste de maresia clara.
E ambas expelem sentimentos. Antagónicos, é certo. Lisboa é local de partida onde as caravelas sopram o vento da mudança e onde mora a função nostálgica da Torre de Belém em dizer adeus, numa continuidade que de tão ancestral já não magoa.
Copenhaga é local de chegada com o frenesim eléctrico do viajante e do cheiro dos Novos Mundos. Mas que só faz sentido, porque há uma sereia que espera. Que esperou desde sempre esse viajante e não outro.
E esse vento que parte de Belém (agora sei) chega a Copenhaga. É o seu caminho, desde sempre.
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Wednesday, April 29, 2009
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