Era alto forte e loiro
tão loiro que envergonhava o sol
no seu sorriso sentia-se a tristeza
nos seus olhos lia-se a alma.
(lia-se a alma ou o coração?
o coração batia na alma,
alma grande que cabia no coração!)
estendeu-me a mão que eu agarrei
admitindo o medo de fracassar
e ele ajudou-me silenciosamente
não deixando apenas, a solidão ganhar...
Sabia que ele tinha vindo de longe
sabia-o porque ele me viu...
quem está perto de mim não me vê.
E eu via-o porque ele estava longe
e sabia que ele se ia embora
se não, ficava perto...
Nunca soube o seu nome
e apesar de não ter uma espada
salvou-me, vindo do nada
o Cavaleiro da Dinamarca.
(Alice - 2000)
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Wednesday, February 02, 2011
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3 comments:
este poema é tao antigo, é dos teus primeiros se nao me engano =)
E dos primeiros, sim, apesar de que nao foi o primeiro. E tao estupidamente naive, nao e ? =P
a arte do poema é exactamente a ingenuidade. a simplicidade das metaforas torna-o suavemente complexo. é sempre bom rever de onde partimos =)
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