Encontros breves, palavras ligeiras. Rimos e brincamos
quando eramos pequenos, quando a vida era fácil. Quando não havia opiniões de
política, desporto ou economia. A vida era assim: “queres jogar à bola? então
tudo bem”, nunca mais do que isso. Depois, vieram as guerras da adolescência,
os amigos a sério e os inimigos ainda mais a sério. Não era a política que nos
separava, mas o instinto primário. Largados ao acaso, agrupavamo-nos por gostos
musicais, por aparência e beleza ou ausência dela. Uns desprezavam-me porque
não era popular outros sentiam-se irredialvemente atraídos pela mesma razão.
Até que um dia, crescemos definitivamente e olhámos uns para os outros com
olhos de adultos. E agora parece ser tão fácil ver que cada um de nós se
tornaria exactamente no que se tornou. Agora que entendemos as coisas de outra
forma, secalhar julgamos de maneira diferente. Olhar para trás agora pode ser
nostálgico. Parece que de repente as inimizades nasceram apenas na imaturidade dum
contexto infeliz. Mas não te deixes enganar. Se adicionares os teus velhos “amigos”
desses tempos no Facebook, vais ver dentro de uns meses, que eles e tu não
mudaram nada. Que a política e o desporto e economia continuam a não contar para nada. E apenas com teu instinto primário acabas por apagar quem não
interessa. Fisica ou virtualmente é tudo parte da mesma coisa.
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