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Monday, September 01, 2014

Cave of swimmers

Saí pela boca profunda do metro e desemboquei num pequeno cais lateral onde a água batia na pedra, um pequeno muro se estreitava entre mim e aquele mar. Por cima e pelos lados corriam outras linhas de caminho-de-ferro e auto estradas, viadutos e pontes que ligavam aqueles pedaços de terra por entre a água que nos cercava de todos os lados.  
Deixara-os no restaurante e saíra naquela hora em que ninguem está na rua. Quando subi as escadas sujas e me deparei com aquela água a baloiçar como uma criança pronta a adormecer, parei. Subitamente, parei. A cadência daquele mar, as cores de poente pintalgadas naquele relevo de ondas hipnotizou-me e fui-me aproximando até lhe sentir o cheiro na pele.
De repente, tudo fez sentido, que é o mesmo que dizer que tudo ficou pequeno. O caís elevou-se e eu cresci sobre aquela ilha, afastando-me gradualmente de todos os restaurantes do mundo. E lá de cima tudo o que se contemplava era aquela água azul escura, ondulando para mim. Pisquei os olhos devagar, filtrei a luz e em cada poro a vida brotou cheia de intencionalidade.

Depois, nada mais importa. 

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