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Tuesday, September 20, 2005

Caloiros

Hoje fui praxar os caloiros naquele que foi o seu primeiro dia no Técnico. É em alturas destas que vejo como o tempo galopa. Há cincos anos atrás era eu a caloira, a olhar para todos os cantos e com todos os cantos a devolverem-me a incerteza e o odor das coisas que não nos dizem nada. Hoje, quando lá estou tenho a noção de que apenas o espaço é o mesmo( e quando digo espaço refiro-me apenas aos átomos que constituem o lugar). Habituamo-nos aos sitios porque eles gastam-se connosco, absorvem um pouco de cada um dos nossos dias, ganham a cor da nossa alegria, da nossa tristeza... E nós, adquirimos o seu cheiro, a visão que mais nos convem, um sentimento que não sabemos explicar mas que nos prende e nos molda. É assim que cinco anos passados num sitio que gostamos parecem ser já infinitos, de tão preenchidos. E é natural que não reconheçamos nada, nem o espaço. Ainda que não pareça, é quem mais muda.

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