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Sunday, October 14, 2007

Carta "a ti"

“Que pode fazer? Há a tenacidade. A dureza dum bicho que não quer morrer. Características que se destilam da sua pele de seda.
Toca-lhe, se quiseres. Isso não a vai incomodar. Mas a ti, os dias parecerão mais pequenos. Ou mais infinitos, como preferires. Será igualmente inútil: com ou sem eternidade. Há já uma eternidade que lhe mora no coração, cresceu ali.
E a ti, vai parecer que ela já está longe. Que já fugiu. E nessa música que voa, há uma tristeza que desconheces. Porque ela nunca foi. Para ela, amanhã já é tarde. E como sabe que tem razão, não se importa se lhe tocas hoje, ou se foges amanhã. Isso já é ontem.
O perdão está para além das estrelas, para além da tua compreensão. Ela não precisa dele, não lhe serve de nada. Guarda-o contigo, mas não fiques triste. Pensa que tu não compreendes, mas ela compreende. E não pode fazer nada. É uma prisão pior.
Ela segue aquela música como um santuário. Tem fé. E tu não sabes o que isso é. Esperar.
Um dia, eu sei , ela vai ver-te. Nesse dia vai dizer adeus. E talvez nessa altura, tenhas então oportunidade de conhecê-la.”

1 comment:

Anonymous said...

WinGs
Sempre que leio este texto lembro-me de Sophia. Sim, porque a influência que ela tem em ti é mais que nítida e tu, á semelhança dela, consegues ser crua e frianum momento de suposta pena, suposta indiferença. Isso é o que mais custa.O que mais dói.És extraordináriamente cruel a "perdoares" porque desprezas com tamanha intensidade que humilhas quem te desculpares. Por isso desculpar, perdoar, para ti, não tem sentido.

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