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Tuesday, November 06, 2007

and nothing else matters

Oiço só a música, sem a letra. Faço –o aqui ou no metro, como num dia em que me esqueço do mp3. A música habita o meu cérebro ( ou talvez o meu coração). Porque é que temos sempre tantos objectivos que se esfumam em nuvens lindas? Porque é as castanhas quentes a arder nas mãos, ao fim do dia não chegam? Ás vezes tenho curiosidade em saber o que aconteceria se isso fosse realmente o suficiente. Como uma curiosidade semelhante à de quem lê um livro e espreita umas páginas mais à frente. Algo que está para além de nós, mas que não nos pertence, não nos diz respeito.
Anexado a esse aparente desapego, as castanhas adquirem este novo espelho. Como aparentemente não chegam, são tudo o que existe. São tudo para que se vive. Mas sabendo que não são tudo o que se quer. Acabo por – lhes dar assim muito mais atenção, reparar em como me aquecem as mãos. E a alma. Em como sendo tão pouco, afinal são tanto. E em como sem elas, já nada mais importa...

1 comment:

pantalaimon said...

A música está no coração. Modela-te o espírito, provavelmente. E isso é tudo o que tens, isso e as castanhas que existem porque sabes que nunca chegam, nunca são suficientes. A realidade pode existir se não for suficiente. Até porque , no final do dia, as mãos estão aquecidas pelas castanhas. E o coração guarda a música bem no centro.

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