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Sunday, July 12, 2009

Janela

Gostava de recuperar a minha janela. Ou a imaginação que costumava pairar por ali em tardes longas de Verão. Demasiado longas. Demasiado doces.
Quem eu era. Quem eu fui, estava ali. Desenhado naquela janela de sonhos. No vento que julgava seres tu num sítio longinquo.
Mas nunca fui, durante essas tardes de Verão. Era a minha imaginação em vez de mim. As histórias que gostava de ter vivido. Os m0mentos que passei contigo, no telhado da tua janela.
Todas as viagens que fiz, todas as asas que galopei no vento das tardes de Verão, foram desta janela. E não era eu.

Agora sou eu. E não há vento. E o Verão tem tardes curtas. E tu nunca estás à janela, nem gostas de estar no telhado.

Talvez eu não seja. Ou talvez a minha existência, fosse essa indirecta. Através da janela.

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