Faz hoje anos que morreu em Paris, Jim Morrison.
Na noite do meu aniversário de maioridade, ofereceram-me "The best of Doors". Revendo-me para sempre na música "People are strange", passei essa noite a ouvi-la. Uma consciência maior desceu sobre mim, mas na altura não sabia explicá-la. Um sentimento de alívio. Conforto. Aconchego.
O Jim Morrison encontrou-me nessa noite em que fiz 18 anos. E ajudou-me a suportá-la e a muitas outras seguintes.
Anos mais tarde, voltaria a encontrar-me com ele. Estava eu em Paris, quando de repente fiquei só no Mundo.
Mas ele estava lá. No cemitério, à minha espera. E encontrei-me com ele ali, nesse local fresco de sombras e penumbras. E na campa dele, disse-me o que era importante. O que valia a pena. E o que desapareceria para sempre. E disse-me que nunca estaria só no Mundo.
Ah, tantas vezes quisera eu ter esta conversa com ele. Mas ele estava demasiado longe, a descansar em Paris. Mas foi justamente em Paris que eu mais precisei dele. E foi justamente em Paris que ele morreu.
1 comment:
Foi em Paris que ambos morreram.
O jim morrison existe em ti da mesma forma que o indio enforcado existia nele.
É a repetiçao da historia, de uma perspectiva mais culturalmente sangrenta e cruel. Porque o mundo continua o mesmo.
Mas ao menos, tu tens o consolo do Jim Morrison. Ele só se tinha a si proprio.
Por isso é que hoje é o aniversário da sua morte.
Post a Comment