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Sunday, August 09, 2009

Arrependimento

Arrependia-se. Ocasionalmente.
De te ter cedido o coração. De te ter colocado dentro daquela caixa branca cheia de areia escura do Verão esfumado que tem um inconfundível sabor a maresia. O coração galopava nas ondas que chegavam à praia desse Verão. Uma sonolência de poente pintalgava a praia onde estavas sentado. De costas para a cidade magnética. Os olhos verdes fixos no mar. A mesma cor. A mesma respiração salgada.
Lembra-se do vento que a vez descer à praia desse Verão pintado. Um vento de sul, quente a cheirar ao silêncio do Deserto. Uma praia quente ao fim da tarde, onde as ondas mornas te contaram histórias do horizonte. Histórias que tu viveste.
Mas ela arrependia-se. Ocasionalmente lembrava-se que fora um belo quadro, esse Verão imaginado. E que dera demais por esse belo borrão impressionista.
Alice

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