Todas as cartas de amor que escrevi
falharam.
E hoje sobram-me lembranças
de um amor típico, encaixotado em palavras;
Tiques nervosos quando pego na caneta
e uma ausência de capacidade bela.
Já não tenho mais tinta nessa caneta.
Nem pele para falhar.
E no entanto este amor é demasiado para
o silêncio que o guarda.
As velas tremem quando passo no teu corredor
E urgem palavras quentes
que os meus pés nús fixam
em pegadas mudas.
Mas nos interstícios das noites descontínuas
O azul do meu silêncio congela
todas minhas falhas em capítulos exíguos.
E a probabilidade de eu voltar falhar é um número
redondo como a lua.
De qualquer forma, nunca este
Amor
caberia em palavras.
No comments:
Post a Comment