Ontem finalmente vi o tão prometido filme "Into the wild".
No início senti uma enorme vontade de seguir o mesmo rumo que a personagem. Senti, de uma forma quase abismal e impossível, que a pessoa que realizou aquele filme me conhecia, ou pior... conhecia os meus pensamentos, os meus desejos, os meus sonhos...
Segui o filme com uma atenção diferente, de uma forma como faço muitas vezes em livro: vivi "com ele, sendo ele" nas viagens que fez, no propósito que tinha. Embrenhei-me de tal forma que partilhei a mesma felicidade que ele, revi-me nas mesmas frases e nas mesmas decisões. E a meio do filme desejei ser ele. Ter a coragem dele.
Mas sofri também com ele. Pelo desespero momentâneo, pelos momentos que desejavamos apagar mas que não podemos. E antecipei da mesma forma que ele, que aquela breve história de felicidade não ia acabar bem.
Nos breves momentos do fim do filme, senti um enorme aperto no estômago. Um egoismo de quem se está a ver num caminho de vida que seria perfeitamente possível. Senti pena dele, como sinto de mim. Senti um desespero por ele como sinto por mim.
Antes de morrer, ele era exactamente como eu. Mas antes de morrer, ele percebeu algo que eu tal como ele, nunca tinha percebido.
E assim assisti em directo à minha morte solitária. Adorei o filme, mas nunca mais o quero ver.
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Sunday, March 08, 2009
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