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Thursday, December 31, 2009

Ensaio sobre a beleza II

Nunca ninguém questionou o fim da história de HC Andersen?
Que dizer do patinho, que após uma infância ostracizada se tornou num ser magnífico e belo?
Que é mais feliz? Que finalmente é feliz? Quer perdoa? Que aprende? Que esquece?
Como continuar a história do patinho feio? Inteligentemente HC deixou-nos a continuação nas mãos. Ou no coração.
Porque enquanto o patinho foi feio ninguém gostava dele. Era um ser incómodo, menosprezável. Como aquelas pessoas andrajosas que só existem para nos fazerem sentir mal.
E o patinho era uma nódoa feia que não combinava.
A fealdade incomoda. Mas é transparente.
Todos já fomos ou ainda somos patinhos feios. Simplesmente existem aqueles que não têm consciência suficiente para o perceberem.
Distinguimo-nos uns dos outros não por sermos cisnes. Mas pela forma como somos cisnes.
E eu diria que aquele patinho feio, o do HC Andersen ( e o meu) continuou patinho. Não ficou mais feliz, nem esqueceu. Nem perdoou. Só aprendeu a ver no lago imagens diferentes para a mesma consciência.

2 comments:

Polly said...

Já fui um patinho, do mais feio que pode haver e já me senti um grão de pó no mundo. Hoje sinto-me ainda um patinho e um grão de pó mas, a meu lado, tenho mais 30 grãos de pó que se juntam a mim e e fazem sentir igual a qualquer um deles. Somos felizes (tendo em conta que para sermos felizes temos de ser tristes muitas vezes).
Adorei este texto!

Alice in Wonderland said...

"Somos felizes (tendo em conta que para sermos felizes temos de ser tristes muitas vezes)."

Tristes das pessoas que são sempre felizes... =)

*****

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