A tarde na Notre-Damme foi agradável. Passei todo o tempo a tentar perceber se o Quasimodo me espreitava lá de cima. Definitivamente, eu poderia convencê-lo a descer. Mas como ele não apareceu, comecei a desconfiar que era eu quem deveria subir ao campanário. Afinal as “caras mais feias” de Paris devem estar escondidas.
O Sena estava calmo. Como tudo. Os vidros dos edifícios no entanto explodiam para dentro violentamente.
O pôr-do-sol apareceu no rio. Lembrei-me de Monet, que deixara em Orsay de manhã. Toda aquela impressão nos quadros e eu sem impressão nenhuma. Aquele pôr-do-sol inóspito que alguém ali deixara sobre o rio: Monet nunca pintaria aquilo. Lembrei-me de convidar Monet para o campanário. E abandonei aquelas pontes interminavelmente curtas entre a ilha e o resto da cidade.
A Torre Eiffel conheci de noite. Falou-me de mim, para meu espanto. Falou-me daquele sonho que eu tivera um dia quando a vi da janela do meu quarto. Mas não a dei por muito certa. Afinal, eu não sonho. E ela provavelmente imagina todos os dias um amor longínquo que chegará de longe. E que não sou eu.
Paris visto de cima é ainda maior. As praças, as casas, as ruas. É tudo gigante. E nesse espaço amplo e limpo ecoa a minha solidão.
Gostava de retirar a minha solidão da rua. Em Paris já há demasiados mendigos. Levei-a pela mão até La Defense.
Os turistas ficaram longe a tirar fotografias ao Arco do Triunfo. Eu prefiro aquele Arco. Ali tudo foi reflectido no espaço de vidro. O futuro é assim: honesto.
Não há ali nada que se veja. Tudo o que se vê é o que se sabe. Inúmeras reflexões em espelhos corridos. Mas há música. Jazz.
E uns bancos simples corridos, junto a uma fonte com repuxos altos, como numa igreja ou num teatro. Sentei-me humildemente no primeiro banco.
A música. Uma introspecção num fio de luz claro.
A música claro. Ele tinha a música no cemitério. Eu fora a Pére Lachaise e trouxera a música que ele me dera.
Paris é um excelente sítio para se morrer.
O Sena estava calmo. Como tudo. Os vidros dos edifícios no entanto explodiam para dentro violentamente.
O pôr-do-sol apareceu no rio. Lembrei-me de Monet, que deixara em Orsay de manhã. Toda aquela impressão nos quadros e eu sem impressão nenhuma. Aquele pôr-do-sol inóspito que alguém ali deixara sobre o rio: Monet nunca pintaria aquilo. Lembrei-me de convidar Monet para o campanário. E abandonei aquelas pontes interminavelmente curtas entre a ilha e o resto da cidade.
A Torre Eiffel conheci de noite. Falou-me de mim, para meu espanto. Falou-me daquele sonho que eu tivera um dia quando a vi da janela do meu quarto. Mas não a dei por muito certa. Afinal, eu não sonho. E ela provavelmente imagina todos os dias um amor longínquo que chegará de longe. E que não sou eu.
Paris visto de cima é ainda maior. As praças, as casas, as ruas. É tudo gigante. E nesse espaço amplo e limpo ecoa a minha solidão.
Gostava de retirar a minha solidão da rua. Em Paris já há demasiados mendigos. Levei-a pela mão até La Defense.
Os turistas ficaram longe a tirar fotografias ao Arco do Triunfo. Eu prefiro aquele Arco. Ali tudo foi reflectido no espaço de vidro. O futuro é assim: honesto.
Não há ali nada que se veja. Tudo o que se vê é o que se sabe. Inúmeras reflexões em espelhos corridos. Mas há música. Jazz.
E uns bancos simples corridos, junto a uma fonte com repuxos altos, como numa igreja ou num teatro. Sentei-me humildemente no primeiro banco.
A música. Uma introspecção num fio de luz claro.
A música claro. Ele tinha a música no cemitério. Eu fora a Pére Lachaise e trouxera a música que ele me dera.
Paris é um excelente sítio para se morrer.
1 comment:
É engraçado. Mesmo tendo vistos e feito coisas tão diferentes, sentimos Paris da mesma forma.
Paris é um péssimo sítio para se viver.
Mas Paris é definitivamente um óptimo sítio para se morrer.
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