Sinto-te com todas as extremidades.
Quero chegar a casa e partir
todos os teus móveis.
Amarrar a sereia com a minha
corda, fazê-la gritar
e ser
um Ulisses desvairado
saciado pela sede
de não voltar para a Penélope.
Quero destruir-te e deixar-te
caído no chão, ao pé
da faca com que me cortarás
o coração.
Eu sinto-te demais. E sou
um fantoche de
mim mesma, que não sabe
obedecer ao mestre.
O amor latente é este
que nunca devia começar.
Nunca soube pôr o amor em cima
da mesa quando chego a casa.
E por isso, um dia vais bater a porta
e encontrá-lo espalhado
pelos móveis que nunca cheguei
a partir.
E perceber que eu sou a causa
da morte
do nosso amor imortal.
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