Translate

Sunday, March 20, 2005

Mundos Paralelos

Pensei em escrever sobre esta fantástica trilogia hoje, porque acabei de lê-la no Verão e ainda hoje, de vez em quando me pica a memória. Fantásticos os livros, que nos fazem ver as imagens e que modelam os nossos sentimentos. Foi tão intenso, que nunca mais voltei a ler…
No primeiro livro, Os Reinos do Norte, Philip Pullman conta-nos a história de Lyra, uma menina inglesa rebelde que vive num mundo muito semelhante ao nosso, mas com uma diferença: neste mundo cada pessoa tem um génio. Estes seres, assumem a forma do animal que melhor representa a personalidade da pessoa que complementam. Fazem o papel de almas ainda que bastante independentes. Este pormenor magnífico é na minha opinião o mais excelente de todos. A capacidade de materialização do nosso interior.
Quando no segundo livro ela encontra Will, que é um rapaz do nosso mundo, a história fica mais realística. Mais uma vez ,divina a parte em que Will tem a faca subtil e com ela abre janelas que lhe permitem passar entre os Mundos. O terceiro, é a conclusão de tudo e o fim é algo trágico, e o modo como tudo aquilo acontece ( depôs de termos lido todas aquelas páginas onde quase acreditamos que aquilo é verdade e que eles existem mesmo) faz-nos ter pena… Talvez nem seja o desfecho em si, que me provocou este sentimento, mas sim o decurso da história e o modo subtil como foi escrita.
Momentos que me recordo sempre: quando Lyra encontra um criança no Norte sem génio, que desesperadamente se agarra a um peixe para colmatar o vazio que a vai acabar por matar; quando Will perde dois dedos ao obter a faca e o modo como nenhum ser mágico lhe restitui os dedos até ao fim; e por último quando Lyra deixa Pantalaimon no cais para entrar no mundo dos mortos… muito bem descrita a dor de abandonarmos a nossa alma…
Para uma pessoa apaixonada por outros mundos e dimensões como eu, a trilogia é perfeita. Para além dos pormenores humanos, existe uma lição de física e teologia por detrás de tudo e os livros têm um fio condutor que acaba com uma lógica impressionante. Quem leu, sabe do que falo. Quem não leu, não sabe o que perde…:)

1 comment:

Anonymous said...

Não podia estar mais de acordo. Eu aquilo que ainda hoje relembro mais é quando dizem à doutora que a única forma de salvar o nosso mundo é "contar-lhes histórias". "Conta-lhes histórias!"...e depois a forma magnífica como tudo faz sentido, e como tu maleficamente se une em todos os mundos para que tal desfecho se dê...e o banco onde eles prometem "encontrar-se" sempre....enfim

Grande POST!!!!
Grande beijinho :)

Popular Posts