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Sunday, February 08, 2009

Pensamentos

Quando andava no secundário, na minha prova global de Português do 10º ano, a composição final pedia que os alunos redigissem algo sobre o Amor ou a Amizade. Ambos os temas difíceis. Ambos apetecíveis. No entanto, não hesitei e avancei para a Amizade. Pareceu-me ainda mais difícil de transpor para 20 linhas a essência, o conceito que está por de trás desse sentimento. Dessa relação entre seres.
Recorrer a lugares comuns seria óbvio. Dizer que um amigo é alguém que nos compreende. Que nos segue nos nossos pensamentos. Que nos acompanha quando estamos tristes, mais do que quando estamos alegres.
E é isto. E ao mesmo tempo não é.
Na altura em que escrevi o texto rápido, “ao correr da pena” tive a noção de que não conseguia passar a minha mensagem. Que o que sentia era-me impossível de transpor em palavras.
A semana passada, este dia veio-me à memória. E de repente todas aquelas palavras exactas e certas (e inócuas) materializaram-se no meu conceito. E empiricamente senti tudo o que escrevi naquele dia. Tudo aquilo em que acreditava.
Um amigo falou comigo.
E não importou a distância a que estamos. A língua diferente que falamos. A ausência diária que temos das nossas vidas mútuas.
Ele existe. E o Mundo torna-se num jardim azul e perfumado.
E eu não estou só.
Porque a amizade é a total ausência da solidão.

1 comment:

Anonymous said...

"Um amigo é alguem com que podemos pensar em voz alta"

Quando estas suficientemente á vontade para dizeres um pensamento (nada mais é tao privado) nao existe solidão.

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