Translate

Monday, May 04, 2009

TITANIC

E no meio da futilidade surge a urgência duma vida que não se vive.
Gostava de viver. O meu pedido humilde resume-se a essa frase. A essa palavra.
Viver.
Talvez pedir para descer ao porão e dançar aquela música irlandesa seja muita soberba. Talvez aquela vida suja e medíocre não esteja ao meu alcance. Talvez o meu mundo seja eternamente um convés bonito. Onde se sonha com essa possibilidade utópica.
Onde sonho constantemente com essa possibilidade. De ver a vida como um trôpego rolar de emoções. Um aglomerar de instantes eternos. Uma lâmina afiada a cada segundo junto ao coração.
No convés o coração é uma porcelana bonita.
Mas talvez seja arrogância querer viver. Há escravos do porão que nunca verão a luz do sol. E eu quero abandonar tudo o que tenho.
Exceptuando que tudo o que tenho não é nada.
Alice

2 comments:

WinGs said...

É sem duvida uma arrogancia querer viver. Morrem verdaideramente apenas os que vivem. E é esse o preço, a lamina afiada junto a cada instante ao coraçao, que suporta a emoção que dança coordena a tua dança .
Mas pagas ja tu um grande preço por viver, vendeste tudo o que tinhas por esse sonho e tudo o que tens é nada.

E é por isso que te relacionas com . Quando viveres intensamente morrerás discretamente e todo o teu ser será uma memoria, será nada.

WinGs said...

*e é por isso que te relacionas com o Titanic

Popular Posts